Policíadas

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domingo, 1 de fevereiro de 2015

04 - Explosivo!


"Três polícias foram condenados ontem [30 de Janeiro] no tribunal de Lisboa por terem sido pagos em dinheiro e em géneros por empresários ligados à exploração de pedreiras e ao fabrico de fogo-de-artifício. Em troca, avisavam-nos antecipadamente das ações de fiscalização e fechavam os olhos ao armazenamento, naqueles locais, de quantidades de explosivos superiores às permitidas por lei". É assim que começa o texto da notícia sobre elementos do Departamento de Explosivos da PSP, em Lisboa. Elementos corruptos, diga-se de passagem. Contudo o magistrado que leu os destinos aos três arguidos, teve esta tirada espantosa: "[Hoje] não é um dia feliz para vós. Não é um dia feliz para o Tribunal. Foram condutas continuadas no tempo, num espírito de total impunidade. Mas os Estado não de pode alhear deste problema e pagar 31 euros para almoçar, jantar e dormir, e pagar seis meses depois". Não se percebe muito bem quando, como e porquê entram os 31 euros na equação das penas. Por outro lado o Sr. Magistrado, talvez por descargo de consciência, tocou numa realidade que teima em prevalecer na polícia: se não são os polícias a resolver os problemas de gestão corrente, muitas vezes ficavam os serviços por fazer. As nossas instalações são do pior que há (não nos atirem com as exceções!), não há aquecimento; os móveis mantêm-se durante décadas sem que haja uma política de renovação. As fardas... nem vamos por aí. Resumindo: três polícias corruptos conseguiram que um magistrado atirasse, com um desabafo, com um número (31 euros), e consegue numa penada resumir a nossa histórica má relação entre a [nossa] logística e o poder político: temos o pior mas esperam, sempre, que sejamos os melhores. O resto é conversa fiada.

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